Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-graduação em Planejamento Energético, COPPE, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Planejamento Energético.
Resumo
O Acordo de Paris estabeleceu a meta de limitação do aumento da temperatura média global preferencialmente abaixo de 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. Para tanto, é necessário um esforço global de redução das emissões de gases de efeito estufa, através de um processo de descarbonização da economia, como destacado na COP28.
Este processo é desafiador dada a dependência do sistema energético com relação às fontes fósseis ao que se soma o fato de que estas mesmas fontes possuem diversos e relevantes usos não-energéticos. Uma das ferramentas utilizadas para analisar estratégias de descarbonização são os Modelos de Avaliação Integrada (IAMs), a partir dos quais foram gerados os Illustrative Mitigation Pathways (IMPs), cenários de referência com diferentes narrativas, apresentados no Sexto Relatório de Avaliação do IPCC (IPCC AR6).
Entretanto, mesmo essas complexas ferramentas de modelagem apresentam pouco detalhamento deste nexo material-energia. Esta dissertação visa avaliar em que medida as rotas propostas pelos IMPs são capazes de atender suas respectivas demandas nãoenergéticas, diante da redução da oferta de matéria-prima fóssil, com foco na cadeia petroquímica.
Para tanto, foi realizada uma modelagem da demanda, desde o uso final,
estimado a partir de variáveis proxy obtidas de cada um dos cenários analisados, até a demanda equivalente de matéria-prima fóssil.
Os resultados indicam que apenas cenários com premissas de redução de demandas materiais atendem as demandas de uso final em rotas de intensa descarbonização, mostrando que estas medidas são necessárias e devem ser promovidas para garantir uma redução consistente do uso de petróleo e gás natural.
