PROPOSTA METODOLÓGICA DO LASTRO DA OFERTA DE CAPACIDADE E FLEXIBILIDADE DE POTÊNCIA DAS USINAS HIDRELÉTRICAS NO BRASIL

Publicação:

Autoria:
Ronaldo Antonio de Souza

Resumo

O Presente trabalho apresenta metodologia para quantificar a oferta de capacidade e flexibilidade de potência das usinas hidrelétricas do Sistema Interligado Nacional (SIN) de forma a lastreá-las. Esta oferta visa a segurança no suprimento de capacidade e flexibilidade ao SIN. A metodologia busca lastrear a capacidade e flexibilidade de forma similar ao que existe atualmente para a garantia de suprimento de energia, a Garantia Física de Energia, ou seja, o máximo que se conseguiria negociar em leilões de reserva de capacidade ou reserva de flexibilidade, considerando os cenários mais críticos hidrologicamente em combinação com os cenários de geração renovável variável (eólica, solar fotovoltaica centralizada e MMGD) e os momentos de déficit do sistema. Em seguida, determina-se o déficit no atendimento aos requisitos. O trabalho traz uma revisão bibliográfica que apresenta as lacunas em trabalhos desenvolvidos até então, na tentativa de se quantificar a oferta de capacidade. Em relação a quantificação da oferta de flexibilidade no Brasil não foi encontrado trabalho similar que tenha sido publicado até o presente momento para as hidrelétricas ou outras fontes de geração. A revisão bibliográfica aponta melhorias que podem ser feitas para se obter resultados mais realistas e próximos da operação diária do sistema. Tais melhorias para reduzir o gap entre os resultados simulados e operação real do sistema foram aplicadas ao presente trabalho com a utilização de modelos energéticos que tratam as usinas de forma individualizadas do começo ao fim da formação da política energética e com dados de entrada e resultados horários, considerando cenários hidrológicos, de vento e irradiação para as simulações estocásticas. Os resultados apontaram grande déficit de oferta de flexibilidade e capacidade de potência para atender às necessidades do sistema no ano de 2035. Os lastros de capacidade e flexibilidade resultantes não foram suficientes para suprir toda a necessidade do sistema. Os resultados apresentaram as garantias de suprimento de flexibilidade e capacidade, o que seria o máximo a ser negociado em um leilão de reserva de capacidade ou reserva de flexibilidade. Foram utilizadas médias semestrais, pois algumas hidrelétricas durante o ano dificilmente poderiam ter uma única garantia de suprimento anual, visto que usinas como as do rio Madeira ou Belo Monte, entre outras a fio d’água, possuem grande amplitude em suas vazões naturais afluentes entre os semestres.