Resumo
O mundo passa por uma grande transição energética, migrando de combustíveis fósseis para renováveis. Embora a necessidade de instalação de flexibilidade em sistemas elétricos seja um tema bem conhecido da pesquisa acadêmica, a pergunta “Qual é o valor justo da flexibilidade?”, sob a ótica sistêmica, ainda precisa ser respondida. O presente trabalho propõe uma métrica para estimar o valor de um recurso flexível para um sistema elétrico. Essa métrica é especialmente importante em sistemas hidrelétricos, onde a flexibilidade oriunda do portfólio hidrelétrico é incerta e sujeita a mudanças sazonais e outras restrições, como o uso agrícola e abastecimento humano. Propõe-se, como métrica de comparação, uma combinação do custo do projeto flexível em si e os custos evitados no sistema pela inserção daquele projeto flexível para avaliar o benefício líquido (net cost) da instalação de um recurso flexível. Um estudo de caso do sistema elétrico brasileiro é apresentado e as soluções de flexibilidade avaliadas de acordo com a nova métrica. Os resultados mostram como diferentes tecnologias impactam de forma diferente os custos totais de operação do sistema e a importância de analisar as necessidades da rede de forma completa (tanto de curto quanto de médio prazo) ao planejar a expansão da flexibilidade em sistemas hidrelétricos.