ANÁLISE DA INTENSIDADE DE EMISSÕES DE GASES DE EFEITO ESTUFASOBRE O CUSTO DE CAPITAL DE DEBÊNTURES NO BRASIL

Publicação:

Autoria:
Marta Bandeira de Freitas
Orientação:

Resumo

O sistema financeiro pode acelerar a transição para uma economia de baixo carbono porque é capaz de direcionar os recursos necessários para investimentos em tecnologias de menor emissão de gases de efeito estufa (GEE) e para projetos de resiliência a eventos extremos do clima. Porém, para que isso ocorra, é urgente que os investidores internalizem o preço de carbono em suas tomadas de decisão. Esta dissertação contribui para este debate pois, primeiro, realiza uma revisão bibliográfica sobre riscos climáticos e seus impactos no setor de finanças e, depois, apresenta um modelo econométrico, que utiliza uma base de dados fornecida pela AMBIMA, com 3.040 debêntures emitidas no mercado de capitais brasileiro. O modelo verifica se o custo de carbono destes títulos, parametrizado pela intensidade de emissões de GEE das empresas emitentes, é internalizado na precificação dos juros e, consequentemente, nas decisões de investimento no mercado financeiro nacional. Os resultados, utilizando esta amostra no período analisado (jan. 2017 a fev. 2024), mostraram que o mercado de debêntures no Brasil ainda não precifica o carbono. O que explica a composição dos juros cobrados das debêntures avaliadas é as garantias exigidas de acordo com a qualidade de rating de crédito dos emissores.