Resumo
A matriz elétrica brasileira é majoritariamente renovável, um sistema de características hidrotérmicas que ao longo da última década tem sofrido alterações na sua composição, notadamente pelo aumento da participação de fontes intermitentes no mix. Enfrenta-se um desafio que é manter/ampliar a participação de fontes renováveis no mix e contrabalançar a entrada significativa de fontes intermitentes com alternativas de geração mais estáveis.
O presente estudo teve como objetivo verificar se a consideração de custos ambientais no planejamento de longo prazo brasileiro pode tornar competitiva a geração heliotérmica frente as demais que compõem a cesta de alternativas de geração de energia elétrica no Brasil. Para tanto foi usado como ferramenta o modelo de otimização MATRIZ, que minimiza os custos de investimento e operação da expansão elétrica e energética. Foram inseridas comparações considerando custos de emissões de gases de efeito estufa e consumo de água doce, e verificado o benefício que geram para a inclusão da geração heliotérmica no mix da expansão até o horizonte de 2050.
O estudo mostrou que a consideração de um preço sombra para as emissões de gases de efeito estufa beneficia a viabilidade econômica da geração heliotérmica no longo prazo, mas a confirmação da participação da geração heliotérmica na expansão da capacidade instalada do setor elétrico brasileiro ainda depende de outros fatores, como a curva de decréscimo do seu custo de investimento, ou ainda, políticas de incentivo a implantação da tecnologia.